Coelogyne
Em seu ambiente natural, as coelogynes, geralmente epífitas e perfumadas, conseguem viver desde o nível do mar até uma altitude de 2.600 m.
Isso significa que suas necessidades podem ser diferentes de uma variedade para outra!
Pergunte pela origem da orquídea comprada para encontrar o melhor lugar para ela e dispensar-lhe os cuidados adequados.
A coelogyne também é conhecida como branca de neve, orquídea branca e orquídea anjo.
Tipo de crescimento: simpodial com pseudobulbos.
Temperaturas ideais: ver "Espécies e variedades".
Diferença dia/noite: até 7° C.
Duração da floração: quatro a seis semanas.
Período da floração: variável segundo as espécies.
Periodicidade da floração: variável segundo as espécies.
Cores: branco, amarelo pálido, verde-amarelo, marrom.
O melhor lugar em sua casa: ver "Espécies e variedades"
Durante a floração
Acomodar
Ainda que as coelogynes tenham necessidades variadas de temperatura, todas gostam de uma atmosfera muito úmida (75% a 85% de umidade permanente).
Por isso, coloque-as sobre bandejas cheias de uma boa camada de pedra britada (3 cm a 4 cm de espessura), que você deve manter sempre úmida, principalmente quando a temperatura ambiente estiver mais alta. Verifique de vez em quando se a pedra britada não está obstruindo os furos de drenagem do vaso.
Espécies e variedades
As coelogynes dividem-se em três grupos:
• as que apreciam o calor permanente (de 18° C a 30° C de dia e alguns graus a menos à noite, ou seja, uma diferença de dia/noite de 2° C a 5° C): C. speciosa, C. fimbriata, C. burfordiense, C. pandurata, etc.
Elas gostam dos interiores domésticos, como as falenópsis;
• as que suportam temperaturas frescas (de 14° C a 16° C à noite; as diferenças de dia/noite podem chegar a 7° C): C. massangeana, C. mooreana, C. ovalis, etc. À noite, coloque-as em um espaço fresco (sacada, proximidade imediata de janelas, etc.) ou deixe-as em um local fresco. Você pode colocá-las junto aos zigopétalos que têm necessidades semelhantes;
• as que preferem o frio (de 15° C a 20° C de dia e de 8° C a 14° C à noite, com uma diferença de dia/noite de 8° C a 10° C): C. cristata, etc.
Ponha-as em uma sacada, de preferência pouco aquecida, e ao ar livre, na sombra de uma árvore, de dezembro a abril.
A C. cristata, a C. massangeana, a C. mooreana e a C. virescens têm facilidade de se desenvolver bem em ambientes interiores.
Você não precisa tutorar as hastes, a não ser que uma delas corra o risco de quebrar.
A beleza das coelogynes está nos arcos de suas hastes florais. Por isso, você as aproveita melhor quando as coloca em um lugar alto ou penduradas.
Após a floração
Podar
Quando as flores estiverem murchas, corte a haste floral o mais próximo possível da base do pseudobulbo do qual nasceu.
Regar
Ao longo de todo o ano para as coelogynes que gostam do calor, e de outubro a março para as outras, mantenha o substrato sempre úmido. Quando fizer muito calor, as regas podem ser diárias. Molhe a planta com um volume de água equivalente ao do vaso e esvazie o prato depois de deixá-la absorver a água por uma ou duas horas.
No inverno, a partir do momento em que os novos pseudobulbos tiverem alcançado um tamanho semelhante ao dos antigos, deixe o substrato secar na superfície entre duas regas, exceto para as coelogynes que gostam do calor.
Adubar
Durante o período de crescimento dos pseudobulbos (após a floração), adicione um adubo específico para orquídeas (à venda em lojas especializadas) a cada duas regas. Quando os pseudobulbos estiverem "adultos", aplique o adubo apena uma vez a cada três regas. Suspenda o adubo no período de repouso (diminuindo a aplicação até parar as regas).
Certas coelogynes vigorosas têm a tendência de produzir pseudobulbos fora de seu vaso. Os novos rebentos lançam então raízes aéreas. Borrife-as diariamente até a próxima troca do vaso.
Dica
No inverno, pouco antes da floração que começa no início da primavera, a C. cristata precisa de um período de repouso durante o qual não deve ser regada. Nessa fase, mantenha sua orquídea em uma temperatura ambiente em torno de 10° C. Você deve retomar as aplicações assim que os pseudobulbos começarem a desenvolver rugas.
Replantar
A cada três anos, no máximo, quando se forma um pseudobulbo, tire sua coelogyne cautelosamente do vaso. Elimine o máximo possível das partículas de substrato presas entre as raízes, sem machucá-las. Espere um pouco pelo desenvolvimento do pseudobulbo, para não o confundir com uma nova haste floral, pois ambos aparecem no mesmo lugar da planta e se parecem muito no início do crescimento.
Lave as raízes com água. Elimine as quebradas, doentes ou apodrecidas. Tire também os restos de pseudobulbos secos. Use sempre uma tesoura de jardinagem limpa e desinfetada.
As coelogynes não gostam de ser replantadas. Faça-o somente quando o substrato estiver muito desgastado (partículas cada vez menores) ou quando os novos rebentos exteriores forem tantos que ameaçam a estabilidade da planta. Ao trocar o vaso, ofereça a sua orquídea um vaso grande o suficiente para ela crescer por alguns anos sem ser incomodada.
As raízes das coelogynes são curtas. Para melhorar a fixação dessas orquídeas no substrato, confeccione-lhes raízes artificiais:
dobre dois ou três pedaços de arame de um diâmetro médio e com cerca de 20 cm de comprimento em forma de U e os afixe sobre o rizoma na base dos pseudobulbos.
Escolha um vaso com um diâmetro de 3 cm a 5 cm maior que o anterior. Ponha uma camada de alguns centímetros de substrato bem úmido. Coloque a parte traseira da coelogyne - o lado oposto ao novo rebento - contra a parede do vaso e a base dos pseudobulbos, cerca de 2 cm abaixo da borda. Enterre na mistura os pseudobulbos que antes tinham saído do vaso e desenvolvido raízes aéreas.
O substrato ideal para as coelogynes é composto de 60% de casca de pinheiro de granulometria média, 20% de bolinhas de argila de mesma granulometria e 20% de esfagno (tudo à venda em lojas especializadas ou no setor de orquídeas de centros de jardinagem). Umidifique bem a mistura antes de trocar o vaso.
Encha o espaço vazio com o substrato, pressionando de vez em quando uma varinha verticalmente, no lado oposto da planta, para não machucar as raízes e o rizoma. Este último deve ficar visível na superfície.
Espere o nascimento de novas raízes antes de regar. Enquanto isso, limite-se a borrifar a superfície do substrato com água sem calcário, em temperatura ambiente.
Colocar ao ar livre
No verão, as coelogynes apreciam uma estada ao ar livre: de dezembro a abril para as menos friorentas, até meados de março para aquelas que gostam dos climas temperados.
As coelogynes que precisam de calor, porém, não devem ser colocadas ao ar livre antes do início de janeiro e precisam ser postas dentro de casa depois de meados de fevereiro, sobretudo em regiões de clima mais frio. Coloque-as à sombra de uma árvore com folhagem pouco densa ou no peitoril de uma janela que dê para o sul ou o leste, cuidando para amarrar o vaso a fim de que não caia.
Multiplicar a coelogyne
É fácil multiplicar as coelogynes por divisão da touceira, já que, geralmente, seu crescimento é vigoroso. Aproveite a troca do vaso para fazê-lo, pois elas não gostam de ser incomodadas e é melhor juntar as intervenções.
Depois de tirar a planta do vaso e eliminar das raízes o máximo de partículas do substrato, coloque-a sobre um suporte duro.
Corte-a em duas partes com uma faca bem afiada e desinfetada, cuidando para não machucar os pseudobulbos. Cada segmento deve conter ao menos 2 ou 3 pseudobulbos maduros e um novo rebento em formação.
As coelogynes têm raízes curtas, e às vezes é necessário confeccionar-lhes raízes artificiais para segurar o rizoma no vaso.
Coloque cada segmento com o lado oposto ao novo rebento rente à borda do vaso.
Encha o espaço vazio com a mesma mistura que você usou na troca do vaso e soque-a com uma varinha inserida verticalmente no lado oposto à planta.
Fonte: Le Page, Rosenn
ABC das Orquídeas
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2016