Brássia
As brássias são originárias da América Central, especialmente das regiões tropicais, muito úmidas, sobretudo na primavera e no verão.
Precisam de muita luz e de forte umidade.
Muitas vezes, são perfumadas e atraem o olhar com seus cachos curiosos que se parecem com elegantes aranhas - daí o apelido "orquídea aranha".
Espécies e variedades
As brássias são geralmente perfumadas, exalando essências picantes mais ou menos intensas e apreciadas por quem gosta de perfumes.
Uma das variedades mais comuns é a B. verrucosa, que faz jus ao apelido de orquídea aranha pela forma delgada de suas pétalas.
Tipo de crescimento: simpodial com pseudobulbos.
Temperaturas Ideais: 18° C a 25° C de dia, 13° C a 16° C à noite.
Diferença dia/noite: 5° C a 10° C.
Duração da floração: três a seis semanas.
Período da floração: todo o ano, exceto no inverno.
Periodicidade da floração: uma vez ao ano.
Cores: amarelo-alaranjado, marrom, verde-amarelo, verde pálido.
O melhor lugar em sua casa: uma janela que dê para o norte, provida de uma persiana ao menos de meados de agosto a meados de maio. No verão, a sombra de uma cortina entre 11h e 18h é bem-vinda.
Durante a floração
Acomodar
A brássia precisa permanentemente de uma atmosfera com 70% a 80% de umidade. Em um apartamento, coloque-a ao lado de uma pequena fonte decorativa que manterá essa umidade em torno da planta.
Se a brássia receber muito sol, suas folhas ficarão avermelhadas. Mude-a de local ou coloque uma persiana.
Tutorar
A haste floral da brássia quase não ultrapassa as folhas e se inclina naturalmente. Fixe-a na base com uma varinha quando as flores estiverem abertas e seu peso ameaçar a estabilidade do vaso. Coloque a varinha no lado oposto à curva da haste floral.
Após a floração
Podar
Quando as flores estiverem murchas, corte a haste floral o mais próximo possível de sua base, na junção do pseudobulbo com a folha.
Dica
No verão, a brássia gosta de ficar ao ar livre. Coloque-a na sombra de uma árvore com folhagem pouco densa. Se você não tiver jardim, pode colocá-la no peitoril de uma janela que dê para o sul ou para o leste. Tenha o cuidado de prender bem seu vaso, já que as folhas compridas oferecem uma superfície grande para a ação do vento.
Regar
Nas regiões tropicais de onde vêm, as brássias experimentam primaveras e verões muito chuvosos.
Por isso, durante essas estações, aplique água cada vez que o substrato secar na profundidade de alguns centímetros. Regue-a com um volume de água equivalente ao volume do vaso e esvazie o prato depois de deixá-la absorver a água por uma ou duas horas.
No inverno, você pode esperar o substrato secar até a metade de sua altura.
Para gerar uma atmosfera bem úmida em torno da orquídea, borrife suas folhas regularmente com água sem calcário, em temperatura ambiente.
Não deixe a água estagnada nas cavidades dos novos rebentos porque são muito sensíveis ao apodrecimento.
As brássias têm a tendência de brotar fora de seu vaso.
Os novos rebentos lançam então raízes aéreas que precisam ser borrifadas diariamente até a próxima
troca do vaso.
A formação de rugas nos pseudobulbos é sinal de que uma orquídea está com falta de água.
Adubar
Durante o período do crescimento dos pseudobulbos (na primavera, após a floração), adicione um adubo rico em nitrogênio, específico para as orquídeas (à venda em lojas especializadas), a cada duas regas.
Durante os outros meses, use um adubo para orquídeas em flor, rico em fósforo e em potássio, uma vez por mês.
Replantar
A cada dois anos, quando se forma um pseudobulbo, tire sua brássia cautelosamente do vaso. Elimine o máximo possível das partículas de substrato presas entre as raízes, sem machucá-las.
Os pseudobulbos mantêm suas folhas intactas por cerca de dois anos.
Depois, amarelam e secam.
Contudo, não corte o pseudobulbo que perdeu suas folhas: suas reservas continuam a alimentar os novos rebentos. Elimine-os somente quando estiverem completamente secos.
Lave as raízes com água. Elimine aquelas que estiverem quebradas, doentes ou apodrecidas. Tire também os restos de pseudobulbos secos. Use sempre uma tesoura de jardinagem própria e desinfetada.
O substrato ideal para a brássia é composto de 60% de casca de pinheiro de granulometria média, 20% de bolinhas de argila também de granulometria média e 20% de esfagno (tudo disponível em lojas especializadas ou em nosso site).
Umidifique bem a mistura antes de trocar o vaso.
Escolha um vaso com um diâmetro de 2cm a 3cm maior que o vaso anterior.
Ponha uma camada de alguns centímetros de substrato bem úmido.
Coloque a parte traseira da brássia (o lado oposto ao novo rebento) contra a parede do vaso e o rizoma (a parte que liga os diferentes pseudobulbos), 2cm abaixo da borda. Enterre na mistura os pseudobulbos que saíram do vaso anterior e já desenvolveram raízes aéreas.
De vez em quando, encha os espaços vazios com substrato, socando-o com uma varinha inserida verticalmente no lado oposto da planta para não machucar as raízes e o rizoma.
Este último deve ficar visível na superfície.
Espere o lançamento de novas raízes antes de regar. Até então, limite-se a borrifar a superfície do substrato com água sem calcário em temperatura ambiente.
Multiplicar a brássia
A brássia é multiplicada por divisão quando a planta fica muito volumosa.
Contudo, não a divida muitas vezes, pois são as plantas volumosas que florescem com maior generosidade. No momento de trocar o vaso, a primavera é a melhor estação para fazê-lo.
Tire a planta do vaso, elimine de suas raízes o máximo possível das partículas de substrato e coloque-a em uma superfície dura.
Corte-a em duas partes, com uma faca bem afiada e desinfetada, no lado dos novos rebentos.
Plante cada parte (que deve ter ao menos três pseudobulbos e raízes) separadamente.
Fonte: Le Page, Rosenn
ABC das Orquídeas
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2016