Os Cymbidiums híbridos, que são os mais comuns, são parentes das orquídeas originárias das montanhas do Himalaia. Por isso, gostam do clima fresco e de diferenças acentuadas de temperatura entre dia e noite, que são a garantia para uma floração espetacular. Em regiões com invernos amenos (sem temperaturas negativas), podem ficar ao ar livre ao longo de todo o ano.

 

Espécies e variedades

Há três tipos de Cymbidiums:

• miniaturas, que não passam de 60 cm de altura quando floridos e têm flores pequenas;

• intermediários, que, floridos, chegam a 1 m;

• grandes, que alcançam 1,50 m na floração e têm flores grandes.

 

Tipo de crescimento: simpodial com pseudobulbos.

Temperaturas ideais: 15° C a 30° C de dia, 5° C a 20° C à noite.

Diferença dia/noite: ao menos 10° C para uma bela floração.

Duração da floração: dois a três meses.

Período da floração: maio a agosto.

Periodicidade da floração: uma vez do ano.

Cores: rosa, branco, marrom púrpura, amarelo, verde maçã.

O melhor lugar em sua casa: sacada com pouco calor no inverno, mas sem geada, ao ar livre de novembro a abril.

 

Durante a floração

Acomodar

 

Durante a floração, o Cymbidium pode ser colocado em evidência em sua sala de estar (com temperatura ideal em torno de 18° C de dia e menos de 16° C à noite).

O melhor lugar é na proximidade de uma ianela que permita maior frescor.

Coloque a base da planta na altura da janela, pois os pseudobulbos (na base das folhas) são os que mais precisam de luz.

 

Dica

Quando você compra um Cymbidium em flor, ele às vezes vem plantado em um substrato que retém muita água, ou seja, que fica embebido na água de rega, porque, na estufa, o vaso foi regado por meio de um conta-gotas. Assim que suas flores estiverem abertas, regue-o pouco, mas regularmente, para que não resseque, e o replante em um substrato mais adequado após o fim da floração, quando aparecem novos rebentos.

 

Tutorar

As novas hastes florais, muito quebradiças, têm a tendência de crescer na horizontal.

Endireite-as quando tiverem alguns centímetros, colocando contra elas um objeto levemente inclinado para o alto (graveto, arame, etc.), para levantar sua extremidade.

 

Você reconhece as hastes florais pela sua forma quando tiverem uns 10 cm, pois, a partir desse tamanho, elas ficam redondas.

Os novos rebentos achatados produzem somente folhas.

 

Quando a haste floral tiver cerca de 20 cm a 30 cm de altura, substitua a estaca por uma varinha sólida com comprimento de uns 3/4 das hastes florais (de 70 cm a 1,50 m, segundo as variedades).

Em sua extremidade superior, faça uma fenda de 3 cm a 4 cm.

 

Amarre um barbante na base da nova haste, passe-o pela varinha, subindo em espiral em torno dela para segurar a haste floral. Prenda a extremidade do barbante na fenda da varinha e faça um nó.

De acordo com o crescimento, você formará outras voltas em torno da haste floral, soltando o barbante na ponta.

 

Quando abrirem as primeiras flores, você pode substituir o barbante por pequenos clips mais decorativos ou arames revestidos de plástico que são mais discretos. Não aperte muito a haste floral, para não a estrangular e prejudicar a alimentação das flores.

 

Após a floração

Podar

 

Elimine sucessivamente as flores murchas de cada haste floral, pois, se permanecerem, farão as outras murcharem mais rapidamente. Quando todas as flores estiverem murchas, tire a haste floral o quanto antes, puxando-a para você com um movimento rápido; ela quebrará cerca de 10 cm acima de sua base.

 

É importante que todos os pseudobulbos recebam bastante luz, inclusive os que se localizam no centro da planta. Após a floração, não deixe de eliminar algumas folhas do coração da planta, caso ela esteja muito densa. Como no caso das hastes florais, basta puxá-las contra você com um movimento rápido.

 

Regar

Regue o Cymbidium com muita água uma ou duas vezes por semana quando fizer muito calor no verão.

Deixe o vaso embeber-se na água por algumas horas, depois tire o excesso. O vaso deve estar perceptivelmente mais pesado após a rega, o que mostra que o substrato está bem reidratado. Quando as temperaturas ficam mais baixas, no outono, você pode espaçar as regas para uma vez a cada

quinze dias.

 

Adubar

Quando aparecerem os novos rebentos após a floração, adicione à água de rega um adubo rico em nitrogênio, uma semana sim, uma semana não, até as novas folhas ficarem do mesmo tamanho das antigas.

 

Três meses antes da provável data da floração (quase sempre na mesma época, todos os anos), adicione à água de rega um adubo pobre em nitrogênio (para plantas em flor), uma vez sim, uma vez não, até que as primeiras flores abram.

 

Replantar

As raízes do Cymbidium não gostam de ser revolvidas. Por isso, replante-o somente a cada três anos quando as raízes estiverem ocupando todo o vaso. Logo após o aparecimento de novos rebentos, tire a orquídea do vaso.

Como as raízes do Cymbidium são fortes, às vezes será preciso recortar o vaso ou rolá-lo sobre uma mesa, fazendo força para desprender o conjunto das raízes das paredes.

 

Tire das raízes o máximo de substrato. Reduza as raízes em 1/3 de seu tamanho e elimine raízes macias ou secas. Tire também os pseudobulbos mais antigos no centro do cacho das folhas. Puxe-os para cima, pegando-os firmemente perto de sua base. É a forma mais fácil de soltá-los.

 

Escolha um vaso bastante grande para que o Cymbidium possa crescer nele por três anos sem ficar comprimido. Encha o vaso com alguns centímetros da mistura recomendada. Coloque o Cymbidium com o lado oposto aos novos rebentos próximo à borda do vaso.

 

Encha o espaço vazio com a mistura recomendada, socando-a fortemente com uma vara, longe das raízes.

Não a regue - nem a coloque ao ar livre - antes do nascimento de novas raízes (cerca de três a quatro semanas). Limite-se a borrifar a superfície do substrato na base da planta diariamente.

 

O Cymbidium é uma orquídea muito gulosa. O substrato de cultivo ideal é composto de 70% de casca de pinheiro de granulometria média, 20% de espuma de poliuretano e 10% de terra vegetal. Umidifique bem a mistura antes de replantar a orquídea.

 

Acomodar

No outono, quando o Cymbidium deve ficar dentro de casa, protegido de geadas, coloque-o em uma estufa ou em uma sacada não muito quente (temperatura ideal: menos de 16° C) até que apareçam as primeiras flores.

 

Para florir, o Cymbidium precisa de um clima fresco. A estada ao ar livre é obrigatória de meados de novembro até as primeiras geadas, em um local luminoso do jardim (com sol de manhã ou à tardezinha, mas não nas horas mais quentes do dia). Atenção a caracóis e lesmas: não coloque o vaso no solo e proteja seu entorno com grânulos ou com uma rede contra lesmas. Proteja a planta de chuvas fortes. Coloque seu Cymbidium, por exemplo, debaixo de um telhado prolongado ou um toldo sobre a porta de entrada.

 

Multiplicar o Cymbidium

O Cymbidium é reproduzido a partir de um pseudobulbo antigo, despido de folhas e de raízes, ou ainda pela divisão da touceira quando esta alcança um tamanho bastante grande. No primeiro caso, será preciso esperar dois a três anos até a primeira floração da nova orquídea. Uma orquídea criada por divisão pode florir já a partir do ano seguinte.

 

Por divisão

Na hora de trocar o vaso da orquídea, corte seu rizoma em duas ou três partes. Para poder crescer, cada parte deve conter três pseudobulbos, raízes e um novo rebento. Plante as partes na mesma mistura de antes, encostando a parte oposta ao novo rebento na parede do vaso.

 

Usando um pseudobulbo como estaca

Durante a troca do vaso, separe pseudobulbos sem folhas, mas não murchos, puxando-os de baixo para cima.

Coloque-os verticalmente sobre uma camada de areia bem úmida, enterrando apenas sua base.

 

Cubra os vasos com um plástico transparente ou uma campânula e coloque o conjunto em um local bastante iluminado. O novo rebento aparecerá primeiro na base do pseudobulbo, depois virão as raízes. Quando elas estiverem bem visíveis, você pode replantar os rebentos individualmente no substrato e cuidar das estacas da mesma forma como do Cymbidium do qual foram tiradas.

​

Fonte: Le Page, Rosenn

ABC das Orquídeas

São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2016